sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Sobre empadinhas e o fim do mundo

As empadinhas são feitas com massa podre (é assim que se chama o tipo de massa das empadinhas lá em Minas). Muita banha e farinha. A massa é uma delícia. 
O mundo é feito de massa. (é assim que se concebe grande parte da matéria pelos estudantes da física). Muita pedra, terra, água e ar. A massa é grande, mas não é das maiores.
Desde 2003 eu conhecia e esperava o tal do dia 21 de dezembro de 2012 e, prestes a acabar o dia, não acabou o mundo. Minha mãe é que tá certa quando diz que a gente não merece essa mordomia. 
O que continua então? Empadinhas, muita pedra, terra, água e ar. 
E toda uma vida pra levar. 

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

meu olho esquerdo está começando a ficar embaçado eu acho que é de tanto ler esses textos de filosofia  estou com uma alergia que faz com que meu corpo se transforme em verdadeiras áreas de conflito entre minha unha que ataca as bolinhas meu cabelo cada dia que passa cai mais meu joelho começou a sair do lugar depois que eu comecei a correr sem ter um preparo físico com um profissional de educação física está chegando a porcaria do natal e do ano novo e tudo vai começar de novo a menos que o mundo realmente acabe em 10 dias e todas as vagas de estacionamento que eram de graça agora são pagas no centro de Curitiba o que faz com que eu tenha que pegar ônibus lotado de novo revivendo minhas épocas de 2009 mas sem um amor no coração e na cabeça que só pegava o trem azul e que agora pelo menos eu não amo ninguém
aja vem do verbo agir
haja vem do verbo haver
eu leio hilda hilst várias vezes no ônibus
esses pernilongos que são criações do demônio assim como a matemática 
queria viver umas três vidas pra ler tudo o que eu preciso ler ainda antes de morrer
Quero dizer, não quero não.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Sobre o desconforto.

Eu preciso realmente aprender a técnica de isenção energética dos budistas. Não está sendo fácil lidar com a energia de tanta gente passando, correndo, engatinhando, na barriga, de muletas, mancando... Eu preciso me resolver e todos precisam também. Mas será que o mundo vai ficar chato se todas as pessoas forem de bem com a vida e sempre felizes e alegres e enfim... O mundo é bem chato agora, mas pode ser pior com os bom moços e polianas. Além da técnica de isenção, eu preciso me fixar nos momentos de reencantamento. Todo esse pessimismo que muito é resultado de tanta gente babaca espalhada por aí. Gente babaca que nem você, que tá aí reclamando da vida e não faz nada pra mudar. Mas aí eu lembro que eu reclamo e também não mudo. Ou seja, Todo esse pessimismo que é muito resultado da minha babaquice. Não é fácil botar a cabeça pra fora e acima da manada. Deus nos ajude. 

domingo, 23 de setembro de 2012

Sobre mim e minha mãe.

A frequência de publicação aumenta de forma direta e proporcional aos ataques frequentes de alguma coisa que ainda tá difícil de nomear. Enfim, tô aqui vendo um filme sobre uma mulher que trabalha e trabalha e que cuida - ou pelo menos tenta cuidar - dos filhos e fazer com que a formação deles não seja traumática. Aí, eu me lembrei da minha mãe fazendo um porta-canetas com canudinhos quando eu estava na 3ª ou 4ª série. Ficou lindo e era numa garrafinha de um suco cítrico ruim pra caralho. Eu lembro que era de noite e lá estava a dona Marlene fazendo tranças nos canudos e depois os colando com super bond na garrafa de suco ruim. Lembro também de uns dias depois eu arrancar tudo falando que ficou horrível, pois a gente tinha brigado. Mas o super bond é bom e ainda restaram alguns canudinhos. 
Aí, essa semana de correria (pra variar) e num dos raros momentos em que eu passo com minha mãe, ou seja, dando carona ou fazendo supermercado, eu precisei tirar uma 3x4 pro exército e blá blá blá. Ela achou uma foto minha muito péssima, de quando eu tinha uns 12 anos com uma mensagem atrás dizendo que ela era linda e que eu a amava. Aí, eu fingi que ia rasgar e ela falou que se eu fizesse isso, era pra esquecer que ela era minha mãe. A gente riu, eu devolvi a foto e falei que eu fazia outra dedicatória em outra foto. Ela disse que não valeria mais, pois eu cresci e minha cabeça mudou...     ...    ...    ...
 Enfim, ela não achou uma foto boa (pois ela tava procurando uma pra eu não ter que tirar outra, ou seja, economizar - cabeça de economista). Tirei a foto. Voltamos. À noite, deixei a foto nova com uma dedicatória nova com uma cabeça nova embaixo  dos óculos de leitura dela que ficam na estante. No dia seguinte, eu acordei com um abraço diferente e com MINHA RAINHA, tal qual eu tinha escrito na foto, emocionada. 
Como bom canceriano, tenho questões emocionais mal resolvidas e grande apego com minha mãe. 

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Tulipa

Para tudo se faz fila nessa cidade. Aquele friozinho de março só que em pleno setembro, no último dia do inverno. Aí, os ingressos não marcados e todos sentados. Eis que a explosão começa e foi muito bom ver que a música brasileira ainda presta. Peço licença da etnomusicologia por um instante. Às favas as produções sonoras. Tô julgando - é, julgando mesmo. Juízo de valor. Então, licença concedida, a música brasileira tem salvação. 
Tulipa fuckin' Ruiz! Dessas cantoras com agudos e presença de palco. Dessas cantoras que cantam olhando pro olho da gente, flertando mesmo. Dessas cantoras que fazem quatro músicas de bis e, na última, vai brincar com seu público. 
Eu conheci a Tulipa e de cara, ela tá associada à minha vidinha besta que compreende exatamente um ano: de setembro de 2011 até agora mandar parar. Daí, já me apaixonei com Só sei dançar com você, já dirigi ouvindo o cd em looping, cada hora escutando um detalhe novo. E cada vez ainda dá pra descobrir um bumbo ali, um rifizinho de guitarra meio escondido, um salto melódico, um cowbell bem na hora da virada do martelo. Vou ficar mais um pouquinho
Nunca vou me esquecer de Víbora ao vivo e a minha parceria com ela... Cantar olhando no olho... Ai, Tulipa.
Eu ainda fico esperando Fruta Gogóia logo na sequência de Só sei dançar com você que é a ordem que toca no meu carro. Mas, who is Tulipa? Tulipa Ruiz, que não é filha da Alice com o Paulo. 
E os méritos a quem também tem salvado a música brasileira: Trupe Chá de Boldo e Marcelo Jeneci. 
Obrigado. 

domingo, 16 de setembro de 2012

Pai meu

Pai meu que não sei onde exatamente está, mas que deve estar por aí.
Santificado já é.
Venha a mim o Vosso reino da divindade e da paciência...
Seja feita a Sua vontade e, que ela, seja a melhor possível.
O pão meu de cada dia, que seja garantido sem me matar de trabalhar.
Perdoa as minhas faltas, babaquices, mau humor, falta de humildade às vezes
E me faz entender as pessoas em um estado de vida diferente do meu.
Não me deixe cair em qualquer tentação pecaminosa da matéria e do espírito.
Me livre de gente ruim, babaca, preconceituosa, arrogante e da gordura enquanto eu corro.
Que assim seja.


terça-feira, 4 de setembro de 2012

Sobre nós e nossos admiradores

Eu me lembro da minha pré adolescência de uma forma não muito agradável, aliás, eu costumo resumi-la à idade do nada, pois nada tá bom, nada presta, nada faz sentido (o sentido não faz até hoje), mas enfim... E uma das minhas lembranças diz da admiração que eu tinha das pessoas que conseguiam ter amigos, e, por incrível que pareça, tinha invejinha da minha irmã e sua vida agitada. Mas o tempo da reclusão pré e adolescente eu acho que me serviu para poder contemplar em silêncio toda essa metafísica barata que é essa vida travesti. 
Hoje foi o dia de ver uma das formas de funcionamento da tal metafísica. Hoje eu consigo ter um grupo de amigos dos mais variados, sabe. Cada um ao seu tempo me aparece e eu, ao meu tempo, apareço para eles. E a gente forma um grupo lindo. É sério. Gente do bem, das expressões artísticas e vida verdadeira. E é muito bonito. Aí, o jogo se inverte: as pessoas começam a nos admirar e a querer pertencer a esse sistema. Aí, entre minhas leituras pro mestrado, minhas corridas pela pista de caminhada e, pela vida da internet com esses tipos de amigos que estão longe pelo físico, mas perto pelo coração, eu percebo que a gente fica visado. Mas a gente é só mais um grupo. Em só mais uma cidade grande. Na mesma vida travesti. 
Era este texto para ser engraçado, pois a situação que levou a escrita dele é por demais, mas diante da metafísica, não há quem não fique um pouco redundante, confuso, emocional e barato, que nem esse texto. 
Falamos os sábios que somos. Só que não. 

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

De nós e da nossa necessidade de andar: pois a vida passa correndo.
Saímos do eixo que, às vezes, é muito bom. Porém, ah, porém...
Se sair do eixo e voltar pra ele da mesma forma, a garantia é uma: todos andaram.
Andaram e você ficou. E não adiante querer que os outros voltem, pois a vida anda correndo. 
Voa. 

domingo, 5 de agosto de 2012

Tô aqui bêbado e assistindo ao Faustão, neste que é o dia mais nostálgico do mundo.
E é uma certeza que aparece enquanto meu irmão está vestido com a calça ao contrário e com sua agitação de sempre...
Não existe mais metafísica senão chocolates.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Aspas

"Acredito que essa tristeza me alimenta para ser quem sou, para ter a sensibilidade que me permite escrever o que escrevo. Sei que vai passar. E, ao mesmo tempo, sei quer nunca vai passar. Aprendi a viver com isso." Mirian Goldenberg em entrevista à Revista TPM, de outubro de 2011. (Ano 10, nº 114).  

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Falava muito bem das coisas que tinha ouvido falar. Se aventurava por conhecimentos diversos e sempre opinava com disfarçada humildade. Alguns muitos sabiam que ali morava o grande senso comum. Mas como culpar um sujeito desse por sua constituição? Simples. Agregar conhecimento por osmose é o caminho pra se chegar nestes níveis. Enfim, andou. Correu mundo, conheceu os quatro cantos e outros dois polos diferentes, fonte dos maiores embates entre as teorias socialistas e liberalistas. Experimentou a riqueza e a pobreza. Pra pagar de humilde, bradava aos quatro ventos que a dificuldade melhorava caráter. Mas no fundo, dos que apercebiam a real sintonia, sabiam que o melhor mesmo é optar pelo conforto. Mas era virtuoso ao construir bonecos. Era primado e sempre consultado quanto a isso e, no correr dos dias, foi estudando e, pelo menos nessa área, agregou determinado conhecimento. É claro que estamos tratando do conhecimento formal e necessário às pessoas que querem ter domínio de algo em vias acadêmicas. 
No mais, continuava a dar pitaco cheios de dogmatismo na vida das pessoas, além, é claro, de comentar notícias com sua melhor característica: o senso comum. De veras usava, como todos usam, "necessariamente" como inverso do que não pode ser o contrário bem como "possibilidade" como contingência. Continuava a falar com propriedade das coisas que ouvia das pessoas que estudaram e que de fato formavam opiniões. 
É claro que esse jeito de estar no mundo é partilhado por muitos construtores de outras artes. E que seja. 
E onde está agora? Certamente aprendendo por osmose e continuando sua existência. No canto, apenas existindo. Existindo apenas. Apenas. 

segunda-feira, 5 de março de 2012

Sobre nós e nossas idades

Já dizia a primeira afirmação filosófica e sua preocupação universalista: "Tudo é água". Tudo é água e tempo. Bom, sempre pasmo diante às constatações da vida, sempre correndo de um lado ao outro sem saber sem nem um pingo de certeza onde vai parar tudo isso, destaco aqui o discurso primoroso da personagem de Nicette Bruno ao final da novela "A vida da gente". "Às vezes, suas lições são tão repentinas que quase nos afogam. Outras vezes, elas se depositam devagar, como a conta-gotas, diante da avidez de nossas perguntas. E, por isso, quem teve o privilégio de viver muito tempo [...], aprende a olhar com serenidade o turbilhão da vida. Amores ardentes se extinguem, urgências se acalmam, passos ágeis ralentam, enfim, tudo muda. Muda o amor, mudam as pessoas, muda a família... Só o tempo permanece do mesmo modo. Sempre passando..." É claro, e vou usar outra citação, "falta um tanto ainda, eu sei, pra você correr macio como zune um novo sedã". As perguntas nunca se calarão, a metafísica barata também. Toda a sorte de acontecimentos atônitos vão me deixar ainda mais perplexo para além da mera convenção humana de condicionar o tempo em algumas unidades de medida. "Toda lembrança é uma forma de velhice" como já disse o Grande Sertão. E Hume encerra a máxima primorosa, na qual "a experiência é o grande guia da vida humana". Para além de tic-tacs. Muito se diz acerca da memória dos gatos, sendo que uns colocam-na com validade certa: 6 segundos. Outros, com 10 minutos chegando até em 16 horas. Mas certa mesma é a memória. Independente da sua duração. Pois toda ela, é uma forma de velhice. 

domingo, 4 de março de 2012

Num domingo de quermesse...

Milena O'Hara - Funk do Afronto (Bixa Xoxota)

Esse funk é pra você que é uma bixa que é xoxota
Você que vai pro baile só pra dar close
Você que já chega se sentindo
Mas sempre temuma bixa Uó pra te tirar
Você olha pra bixa, a bixa olha pra você
Você já começa a ficar tipo: sem paciência com a gay
A gay joga cabelo pra você
Você dá close de travesti
A gay olha e fala: "Meu cu, você tá loca!"
Você já começa a querer pegar o que tiver na frente pra atacar a gay
Se não tem nada, você já vai tacando seu corpo
Se a gay caiu, você bate nela. Muito nela.
Arrebenta a cara dela.
Toma cuidado pra bixa não bater em você, por que daí é uó... Bem uó.
Quando a bixa bate mais em você é mais uó ainda
Bom... Se ela te bateu, agora você levanta, começa a dançar.
Finge que não aconteceu nada, que a maquiagem tá do mesmo jeito.
Você não vai deixar isso barato! Gruda ela, bate nela, arrebenta a cara dela
Bate mais nela!
Deixa a gueixa caída no chão
Caiu? Agora você sai vazada.


Bom março!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Tá doendo

O mundo todo correndo
As pessoas de um lado pro outro
E eu escrevendo
Pois tá doendo

A moça do shake
O infinity
O motor hatch
O ibuprofeno
Tá doendo

A área serrana está plana
O homem em Paris, só que cromaqui
Os anos tendo 360 dias
Estou sendo
E tá doendo.

Bãcets de gengiva que sempre inflama

domingo, 22 de janeiro de 2012

Tô saindo fora.

Bom dia a todos em 2012. Eu já achei mais interessante escrever em blogs, mantive um por uns dois anos e até foi bastante lido pros moldes de corte de uma pessoa não "bookada" no mundo virtual. Isso foi só ma justificativa por deixar esse blog às moscas. 
A vida passa correndo demais e com o advento de um Clio na minha vida, eu não tenho tido muito tempo pras digressões pouco interessantes que quase ninguém lê. (Outra justificativa).
Mas enfim, andei. A vida passa correndo demais. O que era um grande laço, se corta e cada qual vai pro seu cada lado. Além do mais, tava na hora. Eu sinceramente acho. Sem mais. 
Outra coisa é toda a história da mudança. A conformidade é que o ano muda e as energias que estavam atravancadas mudam também. Por isso a justificativa. Parece que tudo vai andar e quem não tem a capacidade de marcar seu passo conosco fica no caminho. E antes fosse limitação física, mas nesse caso, é mais limitação metafísica. (ou não). Enfim, o ano corre. A loteria corre hoje e estamos pra ser premiados. 
Bom 2012 e, se o mundo acabar,