terça-feira, 9 de julho de 2013

E aí, pessoal!

Pessoal... Acordei com mau humor, tomei banho, tomei café, liguei o carro, dirigi, engarrafamento às 8 da manhã, blá blá blá, cheguei, me apresentei, trabalhei, tomei café e no meio disso tudo:
- Pedro, você já viu aquele dicionário feito pelas crianças?
- Sim, já sim...
- Você viu a definição de adulto? Então, ser adulto é sempre falar de si antes de tudo. 
Aí eu voltei pra casa. Dormi, fui ao mercado, fiz bolo, chegou minha irmã, fui pra casa dela beber vinho de graça e fumar cigarro. 
Aí voltei pra casa, liguei o notebook que vai travar qualquer dia desses e eu vou perder tudo, fiquei zanzando por aí e, no twitter, fui ler o NSVR
Aí eu vi que eu preciso do oposto. Enquanto tem gente que precisa de um pouco de solidão, eu preciso de companhia. Mas nada de amor, nem cama, nem sexo. Companhia. Certa vez eu escutei: "eu queria ser que nem você, se preocupar com as pessoas, mas no fundo, não estar nem aí". E aí eu me lembrei da terapia. Me lembrei que eu não tenho coragem pra nada nesse mundo e que ninguém tá nem aí. Se você tem tédio no seu quarto, do outro lado do mundo, na esquina, a vida não para: pra ninguém! Me lembrei dessa eterna luta racional entre "a vida é legal, poxa vida" e "essa vida não tem sentido e é uma palhaçada" e que eu faço filosofia e por qual motivo eu fui estudar isso, sendo que eu deveria ser mais sensação e menos razão e blábláblá. Lembrei que o corpo pensa. Mas o bolso anda pensando mais. Eu queria largar tudo e começar tudo de novo. Fugir por aí. Mas eu lembrei que eu vou fazer mais de 20 anos e que tudo naquela música é verdade. Eu não quero usar uma música da Tulipa que nem a Lua. Eu sou realista e sei que, por mais que a alegria tome conta e toda a esperança de uma metafísica bonitinha, tudo isso cai por terra. Então, eu vou cantar sim, mais forte, os 20 anos blues. Não vou poder fugir por aí. 
Me lembrei que eu sou macumbeiro. Mas a minha razão mata qualquer religiosidade. Eu ainda não conciliei as coisas. E espero não conciliar no final da vida, velho, esperando uma indulgência no final das coisas. 
Meu cabelo cai. Tem gente passando fome e eu aqui me preocupando comigo. Talvez esse seja o mal do mundo: ser adulto. (Se bem que, quando eu era criança, eu achava essa vida absurda). 
Rita Lee, Lua, dinheiro, coxinha com catupiry, Spinoza (sim, Spinoza... contraditório, né...): eu amo vocês.